09/06/2025

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): Entenda a doença, sintomas e tratamentos

Por Dr Emerson Milhorin

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta os neurônios motores responsáveis pelo controle dos músculos voluntários. Com o tempo, essa condição leva à perda de força muscular, dificuldades na fala, deglutição e respiração, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

O que é a ELA?

A ELA compromete os neurônios motores superiores e inferiores, localizados no cérebro e na medula espinhal. Essa degeneração impede a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos, resultando em fraqueza muscular e atrofia. Apesar de afetar a mobilidade e funções motoras, a maioria dos pacientes mantém a capacidade cognitiva preservada.

A ELA é considerada uma doença rara. A idade média de início dos sintomas varia entre 55 e 75 anos, sendo ligeiramente mais comum em homens. 

Causas e fatores de risco

A maioria dos casos de ELA é esporádica, sem causa conhecida. No entanto, cerca de 5% a 10% são hereditários, associados a mutações genéticas, como no gene SOD1. Fatores ambientais, como exposição a metais pesados e pesticidas, também têm sido investigados como possíveis contribuintes para o desenvolvimento da doença.

Sintomas

Os sintomas iniciais da ELA podem variar, mas geralmente incluem:

  • Fraqueza muscular nas mãos, braços ou pernas
  • Dificuldade para falar ou engolir
  • Cãibras e espasmos musculares
  • Perda de coordenação motora
  • Dificuldade respiratória em estágios avançados

Com a progressão da doença, os sintomas se intensificam, levando à paralisia muscular e, eventualmente, à necessidade de suporte ventilatório.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico da ELA é clínico e envolve a exclusão de outras condições neurológicas. Exames complementares, como eletroneuromiografia, ressonância magnética e testes laboratoriais, auxiliam na confirmação do diagnóstico. A identificação precoce é crucial para o manejo adequado da doença.

Atualmente, não há cura para a ELA. O tratamento visa retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O riluzol é o único medicamento aprovado no Brasil para o tratamento específico da ELA, podendo prolongar a sobrevida em alguns meses. 

Além do tratamento medicamentoso, uma abordagem multidisciplinar é essencial, incluindo:

  • Fisioterapia para manutenção da mobilidade
  • Fonoaudiologia para auxiliar na fala e deglutição
  • Nutrição adequada para prevenir perda de peso
  • Suporte psicológico para o paciente e familiares

Pesquisas em andamento buscam novas terapias para a ELA, incluindo o uso de células-tronco e medicamentos que possam proteger os neurônios motores. Embora ainda não haja tratamentos curativos, os avanços científicos oferecem esperança para o futuro.

A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença desafiadora que requer atenção médica especializada e suporte contínuo. A conscientização sobre a ELA é fundamental para promover o diagnóstico precoce, o acesso a tratamentos e o apoio necessário aos pacientes e suas famílias.