Como identificar as fases da enxaqueca e controlar melhor as crises
A enxaqueca é uma condição neurológica que vai além da dor de cabeça intensa. Trata-se de um distúrbio crônico, que interfere diretamente na qualidade de vida e produtividade do paciente. Reconhecer as fases da enxaqueca é essencial para antecipar sintomas, melhorar o controle e buscar ajuda médica de forma mais precisa.
Quais são as 4 fases da enxaqueca?
Nem todos os pacientes apresentam todas as fases, mas entender cada uma delas pode auxiliar no diagnóstico e no planejamento do tratamento.
1. Pródromo (fase pré-monitória)
Essa é a fase inicial, que pode surgir de horas a dois dias (48 horas) antes da dor de cabeça. Os sinais costumam ser sutis, mas indicam que uma crise pode se aproximar. Entre os sintomas mais comuns estão:
- Fadiga ou bocejos frequentes
- Irritabilidade ou alteração de humor
- Sensibilidade à luz e sons
- Desejo por alimentos específicos
- Dificuldade de concentração
2. Aura
Presente em cerca de 25% dos casos, a aura é uma fase que ocorre logo antes ou no início da dor de cabeça. Os sintomas geralmente duram de 20 a 60 minutos e incluem:
- Alterações visuais (flashes de luz, pontos brilhantes ou linhas em zigue-zague)
- Formigamento em membros ou face
- Distúrbios na fala
- Sensação de vertigem ou desorientação
3. Fase da dor (crise)
É o momento mais debilitante da enxaqueca. A dor costuma ser latejante, de intensidade moderada a severa, geralmente em apenas um lado da cabeça. Pode durar de 4 a 72 horas e vir acompanhada de:
- Náuseas ou vômitos
- Fotofobia (sensibilidade à luz) e fonofobia (ao som)
- Piora com movimentos ou esforço físico
- Irritabilidade e dificuldade de raciocínio
4. Pósdromo (fase de recuperação)
Após o fim da dor, o paciente pode entrar em um período de recuperação que dura até 48 horas. Essa fase é frequentemente descrita como uma “ressaca de enxaqueca”, com sintomas como:
- Cansaço extremo
- Confusão mental ou “nevoeiro cerebral” (brain fog)
- Dificuldade para se concentrar
- Sensação de lentidão e apatia
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da enxaqueca é clínico e deve ser feito por um neurologista, com base na frequência e nas características das crises. Exames complementares podem ser solicitados para excluir outras causas. O tratamento inclui medidas preventivas, controle dos gatilhos e medicamentos para alívio durante as crises.
Entender as fases da enxaqueca é um passo fundamental para reconhecer os sintomas precocemente e evitar que a dor se intensifique. Essa consciência favorece a adesão ao tratamento, a prevenção de crises e o acompanhamento neurológico adequado.
Se você sofre com dores de cabeça recorrentes, busque avaliação especializada. Um diagnóstico preciso faz toda a diferença na qualidade de vida.