15/01/2025

O fascinante processo de poda neural e suas implicações no TEA

Por Dr Emerson Milhorin

Você sabia que o desenvolvimento cerebral é como uma grande obra em constante construção? O cérebro humano é incrivelmente adaptável, e um dos processos mais fascinantes que ocorre durante seu desenvolvimento é a Poda Neural. Esse mecanismo é responsável por eliminar conexões pouco utilizadas e fortalecer as mais importantes, garantindo assim um funcionamento cerebral mais eficiente.

O que é a poda neural?

A Poda Neural é um processo natural que ocorre principalmente durante a infância e a adolescência. Durante essas fases, o cérebro é moldado pelas experiências do dia a dia. Conexões sinápticas que são frequentemente utilizadas são reforçadas, enquanto aquelas que são menos usadas são eliminadas. Esse refinamento permite que o cérebro se torne mais eficiente, concentrando recursos em áreas que são mais necessárias para as funções cognitivas e comportamentais.

Poda neural e o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

No caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA), estudos sugerem que a Poda Neural pode ocorrer de maneira diferente. Em pessoas com TEA, o cérebro pode apresentar um excesso de conexões neurais, um fenômeno conhecido como hiperconectividade. Esse desequilíbrio pode impactar a forma como as informações são processadas e pode estar relacionado a alguns dos desafios característicos do transtorno, tais como:

  • Dificuldade na interação social.
  • Hipersensibilidade a estímulos.
  • Padrões de comportamento repetitivos.

A importância da pesquisa e das intervenções personalizadas

Pesquisas avançadas estão ajudando a compreender melhor como essas diferenças na Poda Neural afetam o funcionamento cerebral no TEA. Compreender essas variações permite o desenvolvimento de terapias e intervenções personalizadas, que podem ajudar no fortalecimento das habilidades cognitivas, sociais e emocionais dos indivíduos com TEA.

Como neurologista, acredito firmemente que o acompanhamento precoce e contínuo é essencial. Identificar e entender as diferenças no funcionamento cerebral desde cedo pode fazer uma diferença significativa na qualidade de vida das pessoas com TEA. Intervenções personalizadas não só ajudam no desenvolvimento de habilidades essenciais, mas também promovem uma melhor integração social e emocional.