Riscos da Automedicação
A automedicação é um grande, porém subestimado, problema de saúde pública. Infelizmente, trata-se de uma prática disseminada. É comum se pensar que uma medicação será inofensiva, sem que se saiba as reais propriedades químicas e farmacológicas da substância utilizada.
Um simples analgésico para dores de cabeça, utilizado de forma frequente e em grande quantidade, poderá em poucos meses levar a um brutal agravamento na intensidade e na frequência das dores, tornando-as crônicas e difíceis de aliviar e manejar. O uso excessivo de analgésicos e anti-inflamatórios também pode levar a danos irreversíveis nos rins.
“O uso excessivo de analgésicos e anti-inflamatórios também pode levar a danos irreversíveis nos rins.”
Outro ponto importante é a questão das interações medicamentosas. Pode haver verdadeiros “conflitos” de efeitos. Por exemplo, um remédio para tratamento de gastrite pode alterar drasticamente o nível sanguíneo de um antidepressivo. Certos medicamentos anticonvulsivos, usados para tratar crises epilépticas, se usados em conjunto, podem se anular ao invés de somar seus efeitos. Alguns tratamentos para enxaqueca são totalmente contraindicados em pacientes portadores de Asma. Os exemplos são inúmeros, em todas as áreas.
Um remédio usado para tratar a insônia de uma pessoa pode gerar sedação excessiva e confusão mental em outro indivíduo. Alguns medicamentos ansiolíticos podem prejudicar a memória e aumentar o risco de acidentes. A ansiedade, essa grande vilã da vida moderna, não ocorre da mesma forma em todos os pacientes. Diversos fatores e particularidades precisam ser analisados para se prescrever a substância correta na sua dose adequada.
Atualmente, com a Internet, com as ferramentas de busca e com as redes sociais, é muito fácil ter acesso à informação. Todavia, há que se ter uma análise crítica. Nada substitui uma avaliação cuidadosa e detalhada de um médico especialista bem preparado.